BOLA MESMO REDONDA

NO FUTEBOL TODAS AS VERDADES SÃO DISCUTÍVEIS...ATÉ PORQUE A BOLA NEM SEMPRE FOI MESMO REDONDA...



CONTINUIDADE? COM OU SEM EVOLUÇÃO?

Após uma época brilhante sob o ponto de vista do produto/resultados e do processo/qualidade de jogo,  o F. C. do Porto, perante a saída de Villas Boas, apostou na continuidade e em Vítor Pereira.

Ainda antes da saída de Villas Boas, o debate táctico sobre a evolução da equipa centrou-se na posição 6 e no papel que deveria ser assumido pelo jogador que a ocupasse. Considerava-se que o jogador que aqui jogasse deveria ser algo mais que um equilibribrador/recuperador, para depois passar curto. Deveria assumir uma acção mais construtora no processo ofensivo, nomeadamente no inicio da sua construção, principalmente quando a equipa tem de sair de a jogar.

Fernando e Sousa, eram os jogadores dessa posição. Teriam condições para assumir esse papel ? A época a passada e a presente mostrou que não. Seria então necessário contratar um jogador que fosse capaz de o fazer...

Há duas semanas atrás, Vítor Pereira, numa análise ao desempenho da equipa e projectando-a no futuro, afirmou que a evolução da equipa passava por uma maior dinâmica do trio do meio campo, em que o jogador da posição 6 fosse também capaz de ser um 8 e vice-versa. Sendo esta a opção evolutiva, a contratação de Deffour vai ao encontro desta pretensão....embora até à data tenha sido pouco visível.

Outra opção evolutiva da equipa, até agora pouco ou nada considerada, seria a transição do 4:3:3, para o 4:4:2 em losangulo. Numa primeira fase por via da flexibilidade do sistema adoptado, para chegar a um novo sistema.

A equipa possui matéria prima (jogadores), que possibilitam assumir esta opção evolutiva. Tem laterais que sabem subir e que conhecem os timings de recuperação, médios interiores que jogam dentro mas que também conseguem dar largura.  Beluchi e James  jogam 10. Avançados com mobilidade e acentuaria a variabilidade posicional de Hulk e suas diagonais, sem perder as alas como referência. Fernando, o Polvo, continuaria a fazer o que é capaz de fazer bem.... 

Desta forma, assegurar-se-ia a continuidade e promover-se-ia a evolução, por via do incremento da complexidade, suportado pela alteração do dispositivo táctico e por inerência a forma como os jogadores teriam que interagir para produzir o mesmo discurso. Manter-se-ia  o discurso (concepção de jogo), embora transmitindo noutro idioma (sistema).
A aposta em Vítor Pereira, foi a aposta na continuidade, porque de facto não havia necessidade de ruptura. Mas os jogadores, a equipa, para além de continuidade, precisam de evolução, do desafio, sob o risco de estagnar.

Sendo os jogadores praticamente os mesmos do ano passado, com excepção de Falcão, não são iguais aos do ano passado. As suas vivências levaram-nos para outro patamar....mas continuam a precisar que a bola seja redonda......   

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