UMA SENHORA É SEMPRE UMA SENHORA....

Depois duma passagem pelo escalão secundário, em virtude do castigo aplicado na sequência do caso totocálcio, a Vecchia Signora está de volta ao topo do futebol italiano. Segundo lugar na liga, com menos um jogo e vantagem sobre o Milan na meia final da taça.


A equipa de Conte dispõe-se num 1:3:5.2, com três centrais fortes nos duelos, boa capacidade de preenchimento dos espaços, rápidos no deslocamento e com capacidade de passe para participar na construção do processo ofensivo. Nas faixas dois laterais que fazem todo corredor, conferindo largura e profundidade em combinação com a mobilidade  do avançado (Vucinic; Quaqliarela; Del Piero) ou médio central (Pepe;Marchisio;Giaccherini). No corredor central Pirlo é o centro do jogo da equipa e dada sua importância tem em Vidal um verdadeiro segurança pessoal, nomeadamente na ação de pressão sobre a bola, tendo em vista a recuperação por desarme para entrega a Pirlo ou com este a recuperá-la em interceção saindo a jogar.   

Mantendo-se fiel á tradição italiana, a equipa, no que se refere à sua organização de jogo, tem como ponto de partida a organização defensiva. Mantém-se compacta, esteja o bloco subido ou médio baixo. Com 3,4 jogadores, pressiona a saída em construção do adversário, fecha linhas de passe, procurando a recuperação logo no terço mais próximo da baliza adversária ou obrigando-o a jogar longo, para ganhar a posse no setor intermédio ou defensivo. Não conseguindo a recuperação, baixa o bloco, para junto da sua área. Quando estas duas condições não se verificam e o adversário chega junto da linha defensiva, é quando a sua baliza é mais ameaçada, sendo aí possível constar o porquê de Buffon ser um dos melhores do mundo.

Recuperada a posse de bola, com exceção quando tal se verifica no terço ofensivo, a equipa privilegia a segurança da transição, optando preferencialmente pelo ataque posicional, suportado pela posse e circulação da bola, onde Pirlo assume um papel chave. Aposta numa progressão em segurança, privilegiando a circulação pelo trio da retaguarda, procurando a superioridade numérica com a entrada de um dos centrais (Chielinni ou Barzagli) no meio campo adversário, procurando solto de marcação um dos médios centrais, com Pirlo à cabeça, para progredir em segurança ou o apoio frontal de um dos avançados, sendo Matri a referência, que devolve nos médios centrais que procuram os movimentos de rutura do médio ou do avançado móvel ou abertura nas alas.

Em alternativa promove a condução pelos corredores laterais, para depois no último terço procurar combinações com o avançado ou com o médio móvel, tendo em vista o cruzamento para a referência Matri. A saída direta também, embora menos frequente, também é considerada, solicitando um dos dois atacantes ou médio central mais móvel, quase sempre através da qualidade de passe de Pirlo.

 

Num estilo que pode ser mais ou menos apreciado, não há no entanto dúvidas para a consistência da sua organização de jogo, onde a bola utilizada é sem dúvida alguma redonda, dada a coerencia com que é usada….